Quando se abre uma discussão sobre o mercado publicitário, sempre há aqueles que vêm dificuldades em conquistar clientes, em conseguir espaço e conseqüentemente em ter bons rendimentos advindos das várias ramificações existentes. Mas quando analisamos dados sobre a última década, podemos ver que pela ascensão gigantesca da curva de valores de investimento em mídia, o segmento de comunicação é uma mina de ouro para os profissionais que conseguirem atinar para as infinitas possibilidades de negociação e de ganhos.
Obviamente, o investimento em comunicação depende de inúmeras outras diretrizes e as mudanças sociopolíticas que levaram o Brasil à estabilidade econômica que vivemos hoje é um ponto de extrema importância numa análise mais ampla que explique esse crescimento.
Desde a implantação do Plano Real e o controle das taxas inflacionárias, o salário mínimo somou um reajuste de 32,2% acima da inflação. Isso sugere um aumento da capacidade de compra por grande parte da sociedade. E com o aumento desses números, vêm à necessidade de todo mercado em anunciar, para conseguir parte do bolo monetário que advêm de todo esse processo de melhoria de vida da população. É uma roda viva onde a mídia interfere no rumo para onde irão parte desses ganhos dessa nova classe de pessoas que podem e querem comprar. A publicidade bem direcionada ajudará essas pessoas a tomarem a decisão de onde será efetivada a compra, a negociação, ou a escolha por determinada marca ou empresa.
Se há então no mercado dinheiro na mão dos consumidores, e empresas querendo vender, e outras empresas querendo conquistar os mesmos consumidores, ou o maior número deles, há então a necessidade de um maior investimento em mídia,
em publicidade. E é nesse ponto que a história fica interessante para os profissionais de publicidade e para os veículos de mídia. Dados da
22ª edição do Relatório Anual Mídia Dados Brasil 2010, elaborada pelo Grupo de Mídia de São Paulo trazem números que são quase inacreditáveis e totalmente impensáveis há alguns anos. Segundo o relatório, o faturamento das 15 maiores agências de publicidade do Brasil saiu de R$1,1 Bilhão no ano 2000 para grandiosos R$22,7 Bilhões em 2009. Os números abaixo mostram a curva ascendente do faturamento de cada uma das maiores agências entre 2000 e 2009.
Fonte de dados: 22ª Edição do Relatório Anual Mídia Dados Brasil 2010
Com um crescimento de mais de 2000% no faturamento das maiores agências, podemos analisar o cenário nacional como um todo, e conseguentemente também o regional caminhando numa faixa contínua de crescimento, tanto quanto os ganhos de todos os veículos, tradicionais e modernos que se envolvem nesse processo.
A forma de comunicar e a escolha das mídias e dos veículos também tem mudado com o tempo, com a entrada de novas tecnologias, pela mudança de comportamento do público ao qual é dirigido cada tipo de mensagem e até mesmo pelo crescimento maior de certos setores do mercado e consequentemente o aumento da sua participação no bolo de comunicação.
O comércio continua sendo o maior investidor em publicidade no Brasil, com números que ultrapassam os 15 Bilhões de reais. Só as casas Bahia, o maior anunciante brasileiro, multiplicou 22 vezes sua fatia destinada à publicidade, e investe hoje mais que os 15 maiores anunciantes do ano de 2000, segundo números do ano de 2009. Desse valor, uma fatia significativa, já é destinada a mídias consideradas modernas, como a internet e suas ramificações.
Em uma análise menos didática e mais pessoal, há a possibilidade de afirmar que os mercados regionais também vêm mudando e cada dia mais as empresas e seus representantes estão percebendo que aqueles que comunicam mais e com mais eficiência, tem consequentemente resultados melhores. Então, há de crescer de forma mais acelerada, a fatia de investimento em comunicação também nas regiões menores que até há algum tempo, não acompanhavam as tendências nem de mídia nem da comunicação em si, como em grandes centros.
E como os profissionais de comunicação devem se portar diante dessa possibilidade crescimento em regiões onde o empresariado ainda não investe o que pede o mercado? Uma das formas é ter sempre um planejamento de mídia que mostre as possibilidades de exposição de um produto, marca ou serviço ao seu público consumidor. Quebrar a inércia e levar o empresário a conhecer a necessidade de comunicar, sempre respeitando as verdades sobre os resultados que podem ser obtido também é uma boa opção.
Outro ponto importante a ser analisado é a questão de que o aumento das taxas de investimento em publicidade que se deu entre 2000 e 2009 obrigou o mercado a mudar, a profissionalizar-se cada vez mais. Um investidor que multiplica seus investimentos em qualquer área que seja na sua empresa, tem como objetivo aumentar algo, que seja a produção, que seja a eficácia, e no fim, as vendas, de serviços ou produtos. E ele também espera resultados quando amplia sua fatia de investimento
em publicidade. Por isso, é extremamente importante que os profissionais estejam cada vez mais preparados de forma dinâmica para atuar nas diversas situações que vêm diariamente, tanto nas agências, quanto nos veículos de mídia. Acompanhar tendências mundiais, participar de workshops, terem consciência de como andam os passos do cenário econômico e principalmente, gastar a sola dos sapatos e correr atrás do ouro que se transformou o mercado de comunicação são alguns pontos importantes para quem quer saborear do bolo de investimentos que certamente ainda virão nos próximos anos. E o sabor certamente, saciará tanto o ego quanto os bolsos de quem trabalhar eficientemente para que isso aconteça.
Artigo escrito sob a disciplina de Planejamento de Mídia, em carater acadêmico, por Paulo Henrique Ribeiro